As mudanças que os novos tempos trouxeram para a sociedade, com a informação chegando de forma muito mais uniforme a todos, e com isso tornando as diferenças culturais menores, ampliação dos direitos, introdução e sedimentação de conceitos como responsabilidade econômica, social e ambiental das empresas e com isso a necessidade de um senso ético dos administradores e colaboradores alinhados com este momento.
Acreditamos que a gestão participativa traga ganhos significativos para a empresa, quando aproveitamos o capital intelectual de todos, aumentamos a qualidade das decisões, criamos uma atmosfera propícia a inovação e com isso o clima organizacional melhora e as pessoas ficam mais motivadas. O resultado é uma empresa mais competitiva, inovadora e que responde mais rápido às mudanças.
No entanto, fazer a transição do modelo diretivo tradicional, fortemente autoritário, burocrático, centralizado, mecanicista e rígido para um modelo participativo, onde a liderança e a autonomia são valorizadas, nem sempre é fácil.
A primeira grande mudança que fizemos foi com a alta direção. Começamos um processo de mudança cultural e comportamental no qual fizemos um diagnóstico de onde estávamos e para onde queríamos ir.
Entendemos que era necessário adaptar-nos aos novos tempos e definimos então alguns objetivos, por exemplo, adotando os princípios da governança corporativa. Montamos uma diretoria e discutimos bastante a aparente perda de poder que a descentralização gera; ou seja, começamos a criar a onda de uma mudança cultural e comportamental necessárias.
O segundo ponto então foi Comunicação e Informação.
Criamos alguns programas como o Gestão Aberta – onde os indicadores financeiros e gerencias das empresas ficam disponíveis para os colaboradores. o Escola de Líderes – voltado para a Diretoria, Gerência e Supervisão, mas aberto a qualquer colaborador que queira melhorar sua liderança. Se dá na forma de um encontro a cada 4 meses com temática definida pelos líderes, no qual discutimos os temas, revemos o planejamento entre outras ações. Estabelecemos canais externos de email e criamos uma intranet, passamos a utilizar o Google APPS de forma contundente.
Tivemos também uma série de ações menores, como criação de canais privados utilizando mídias sociais, reunião semanal da equipe, reunião trimestral da diretoria, pesquisas de clima organizacional, pesquisa de satisfação com clientes, canais de comunicação com os clientes através das redes sociais, entre outras.
Com essas ações e também após alguns treinamentos e apresentações, sentimos um amadurecimento da equipe e partimos para a participação na direção e nos resultados.
Para isto adotamos o BSC – Balanced Scorecard, criado por pesquisadores de Harvard, uma metodologia de gestão estratégica, medição e gestão de desempenho, que no nosso caso dá direito a um décimo quarto salário caso sejam alcançadas as metas estabelecidas em conjunto com todas nas reuniões de planejamento.
Com o BSC conseguimos tornar mais acessível e clara a visão e estratégia da empresa, além de tornar os departamentos mais sinérgicos, pois o resultado final depende de todos.
Outro ponto importante foi ter feed backs consistentes mais rápidos e com isso retroalimentar o sistema de melhoria contínua, o que se traduz com revisões mais constantes do planejamento, criação de planos de ação focados em resultados e melhoria de processos, que demoravam muito tempo para serem percebidos antes.
Percebemos a necessidade de redefinição de alguns cargos, abertura de loja na rua para atender uma clientela específica, assim como a criação de departamentos e também novos produtos.
Acreditamos que este caminho com as devidas adaptações para cada uma das realidades, pode ser implementado sem problemas. É necessário entendermos a velocidade das mudanças que estão ocorrendo no mundo e também o quão fundamental é estarmos alinhados as melhores práticas gerencias.
Assim ganham todos com uma empresa mais ágil, mais comprometida, eficiente e sobretudo sustentável.